quarta-feira, 28 de março de 2012

Addicted - 36° Capitulo



'Ei, acorda, preguiçosa.' Ouvi alguém sussurrar em meu ouvido e encolhi os ombros sentindo cócegas. Resmunguei alguma coisa indecifrável, mas não movi um músculo sequer. 'Eu não me importo de passar mais meia hora olhando você dormir.' Senti um braço envolver minha cintura e sorri abrindo apenas um olho encontrando Arthur me encarando com um leve sorriso.
'Ahn.' Resmunguei cobrindo meu rosto com as mãos e ele riu.
'Ah, vai, você fica tão bonitinha quando dorme. Sabia que você sorri?' Ele tirou minhas mãos do meu rosto e eu o olhei arqueando a sobrancelha.
'Hm... provavelmente eu estava sonhando com alguma coisa boa, então.' Falei fechando os olhos novamente.
'Comigo?' Ele perguntou e eu ri. 'Se eu disser que tá nevando você acorda?' Arthur falou em meu ouvido e eu abri rapidamente os olhos.
'Sério?' Sorri me levantando e abri a cortina. 'Neve!' Falei fascinada enquanto os flocos brancos caiam do lado de fora. Incrível como sempre que neva eu fico parecendo uma criança que ganhou o presente que pediu pro Papai Noel. Fiquei observando a rua já com uma camada fina banca e depois virei pra Arthur que estava sentado na cama e me observava sorrindo.
'Que foi?' Ele perguntou quando eu sorri.
'Quando a gente vai sair?' Perguntei animada e sentei de frente pra ele na cama.
'Sair? Lu, tá nevando. Esse é um dia perfeito pra ficar em casa aproveitando a calefação interna!' Ele me empurrou um pouco pro lado se deitando na cama e puxou o cobertor para si.
'Ah não, Arthur!' Deitei por cima dele. 'Por favor, por favor, vamos sair!' Falei dando beijinhos no rosto, pescoço e peito dele. 'Por favor, por favor.' Falei com a voz manhosa.
'Lua, não provoca!' Ele sorriu.
'Então fala que a gente vai sair! Eu quero fazer anjinhos e bonequinhos na neve!'
'Lu, quem devia tá falando isso era o diego!' Dei língua e ele riu.
'O diego também vai adorar. Vamos!' Falei animada e ele rolou os olhos. Continuei deitada em cima dele o encarando sem sorrir.
'Céus, como essa menina me dá trabalho!' Ele bufou e se virou ficando por cima de mim. 'Você nem me deu um beijo de bom dia ainda e já tá me explorando!' Ele aproximou o rosto do meu, mas eu botei uma mão em minha boca.
'Não escovei os dentes ainda!' Falei com a voz abafada e Arthur rolou os olhos saindo de cima de mim.
Fui até o banheiro, escovei os dentes, prendi o cabelo num rabo frouxo e voltei pro quarto. Arthur estava deitado de barriga pra cima e encarava o teto. Parei do lado da cama e fiquei o observando, analisei o rosto perfeitinho dele por alguns segundos, me perguntando como é possível alguém não se apaixonar por ele. Além de todas as outras coisas, ainda consegue ser assustadoramente lindo.
'Que foi?' Ele perguntou sorrindo e me olhando.
'Nada.' Dei de ombros e engatinhei na cama até deitar novamente por cima dele. 'Mudou de idéia?' Perguntei sorrindo feito uma criança.
'Escovou os dentes?' Ele sorriu malicioso e eu gargalhei.
'Ah vaai, Arthur! Eu vou lá acordar o diego!' Falei saindo de cima dele, mas Arthur me puxou e deitou por cima de mim.
'Porque a gente...' Ele começou a beijar meu pescoço. 'Não aproveita um pouco...' Ele foi subindo os beijos. 'Enquanto o diego tá dormindo?' Ele nem me deixou responder e começou a me dar leves beijinhos na boca. Porque quando um cara sabe o efeito que tem sobre uma mulher, adora provocá-la?
'Porque a gente...' Comecei a falar enquanto ele continuava me beijando. 'Não acorda o diego e...' Arthur não me deixou continuar. Senti sua língua passar calmamente por meus lábios e os abri fazendo com que ele sorrisse. Passei meus braços em volta de seu pescoço enquanto ele se apoiava com um braço na cama e sua outra mão massageava minha cintura.
'Péssima idéia!' Ele sussurrou ainda com a boca grudada na minha e voltou a me beijar.
Eu sentia como se cada pedacinho de mim estivesse sendo energizado por uma corrente elétrica, era como se meu sangue circulasse provocando choques. Entrelacei meus dedos no cabelo de Arthur como se aquilo conseguisse me manter sã e senti sua mão apertar minha cintura.
Não importava quanto tempo durasse o beijo, meu coração permanecia completamente descontrolado, à vezes eu tinha a impressão de que ele poderia parar a qualquer momento e ficava me perguntando se aquilo era realmente normal. Mas eu parava de me preocupar com isso, enquanto Arthur estivesse ali comigo, o fato de meu coração estar acelerado ou parado ficava em segundo plano.


'diego, não joga neve assim!' Falei tentando não rir enquanto diego jogava neve em Micael.
'Deixa, Lu. Não tem problema!' Micael falou rindo e jogando um pouco de neve em diego também. Eu ri observando os dois brincarem parecendo duas crianças. Depois Arthur e Chay e Pedro se juntaram a diego, e o pobre Micael foi praticamente soterrado de neve.
 'Eles são tão... crianças!' Rayana, a ficante de Pedro que incrivelmente ainda estava com ele, mesmo depois de os meninos falaram da fama do Pedro, riu.
 'Se acostume!' Falei vendo Soph e Mel concordarem.
'Meninas!' Chay chamou, e quando olhamos estavam os cinco com bolinhas de neves na mão prontas para jogarem em nós.
'NÃO!' Gritamos juntas e corremos pra dentro de casa rindo.
'Arthur, cuidado com o diego!' Gritei quando eles começaram a jogar neve um no outro.
Eu, Sophia, Rayana e Mel nos sentamos no carpete da sala e começamos a conversar sobre assuntos aleatórios enquanto ouvíamos os gritos e risadas dos meninos do lado de fora da casa.

Quase meia hora depois os meninos entraram na sala rindo e cheios de neve nos cabelos e nas roupas. Eles chegaram perto da gente e sacudiram a cabeça fazendo com que um pouco de neve caísse na gente.
'Tá friiio, poxa!' Mel reclamou se encolhendo e nós três concordamos enquanto Chay a abraçava.
'Mãe, to com fome!' diego reclamou sentando em meu colo.
'E o que você quer comer, meu amor?' O olhei arrumando seus cabelos bagunçados e ele deu de ombros.
'Alguém tá com fome?' Arthur perguntou saindo da cozinha com Pedro logo atrás.
'Céus, você e o diego têm algum tipo de transmissão de pensamentos ou o quê?' Falei o encarando e ele me olhou sem entender. 'O diego acabou de falar que tá com fome.' Ele riu.
'Comida chinesa ou pizza?' Pedro perguntou pegando o telefone.
'Nossa, comida chinesa! É sempre pizza, pizza, pizza.' Sophia reclamou levando um leve pedala de Arthur.
'Eu prefiro pizza!' Ele falou se sentando do meu lado.
'Sua opinião é a de menos. Pedro, pede comida chinesa!' Falei séria e Arthur me olhou assustado. 'Awn, eu to brincando, bobão!' Apertei suas bochechas e ele fez careta.
'Achei que você fosse bipolar.' Ele passou as mãos pelas bochechas ainda com a careta.

 Depois que Pedro pediu a comida ficamos todos jogados pela sala falando besteiras enquanto a televisão estava ligada passando Os Simpsons. Hommer, Margie e o resto da família Simpson não eram exatamente o centro das atenções naquele momento. Eu estava conversando com Rayana, Pedro e Arthur até olhar pro lado e ver Sophia e Micael se agarrando.
'Ei, existe uma criança no recinto!' Falei alto tapando os olhos de diego.
'Façam que nem o Chay e a Mel e vão pra um quarto!' Arthur me apoiou dando risada.
'A comida já vai chegar, nem dá tempo.' Micael sorriu malicioso e levou um tapa de Sophia. 'Lu, vira o diego pro outro lado e me deixa aproveitar um pouco da minha namorada!' Ele falou antes de voltar a beijar Sophia.
Joguei uma almofada em cima dos dois, mas ele nem ligaram. Sentei de costas para eles com diego em meu colo e Arthur, Pedro e Rayana riram.
Não demorou muito e o almoço chegou fazendo com que todos fossemos pra mesa, incluindo Chay e Mel que apareceram descabelados e ofegantes.


'Tá com frio?' Arthur perguntou enquanto caminhávamos de volta pra casa de Chay.
Depois do almoço eu, ele Pedro e Rayana fomos caminhar pelo bairro e aproveitar um pouco o frio gostoso que estava fazendo. Eu e Arthur caminhávamos mais atrás de mãos dadas, diego preferiu ficar brincando de guerra de neve com Micael e Chay enquanto Sophia e Mel aproveitavam pra ver um programa de fofocas sobre famosos que elas tanto falavam.
'Só um pouco.' Sorri fraco e Arthur retribuiu apertando carinhosamente minha mão. 'Tem falado com a sua mãe? Faz algum tempo que não falo com ela.' Comentei lembrando da ultima vez que tinha falado com Katia, provavelmente umas duas semanas antes.
'Ela me ligou ontem, parece que a situação da tia Anne melhorou bastante.' Ele parou por alguns segundos. 'Acho que daqui a algumas semanas ela já pode até sair do hospital!' Ele sorriu sincero e eu retribui.
'Assim que eu tiver um tempinho vou ligar pra ela.' Suspirei observando a neve derretendo em frente ao jardim da casa de Chay. 'Não quero entrar. Tá tão bom esse frio aqui fora.' Fiz bico e Arthur riu.
'Então vamos lá pro fundo.' Ele falou me puxando para o lado da casa que dava acesso ao jardim de trás.

Nos fundos havia uma mesa com algumas cadeiras ao redor e na varanda estavam duas espreguiçadeiras. Me deitei em uma e Arthur se deitou na outra puxando a minha para perto da dele.
Ficamos longos segundos em silêncio, apenas ouvindo nossas respirações calmas e vez ou outra risadas vindas de dentro da casa, principalmente de Micael e diego. Ouvi musica começar a tocar em alguma das casas vizinhas e quando reconheci comecei a cantar junto. ( Love Like This - Natasha Bedingfield)

"When this life tries to keep us apart
( Quando a vida tenta nos manter afastados )
You keep callin' me back to your heart
( Você continua me chamando de volta para o seu coração )
Let me hear you say,
( Me deixe te escutar dizer, )
I'm so glad you found me, wrap you all around me
( Estou tão feliz que me encontrou, envolvo você em mim )
I'd never find a love like this
( Nunca encontrarei um amor como esse )"


Cantei alto e vi que Arthur me olhava sorrindo.
'Eu sei que canto mal.' Dei língua e ele riu alto.
'Ná, é bonitinho você cantando.' Ele falou sincero entrelaçando nossos dedos. 'Sua mão tá gelada.' Ele comentou e eu sorri. 'E seu nariz tá vermelhinho.' Ele sorriu.
'To com frio.' Falei vagamente. 'Quer entrar?' Perguntei o olhando e ele negou balançando a cabeça e se levantando um pouco da espreguiçadeira.
'Eu sei uma forma mais legal pra te esquentar.' Num movimento rápido ele trocou de cadeira e se deitou por cima de mim deixando minhas pernas entre as suas. 'Prefere entrar?' Ele perguntou olhando em meus olhos e eu mordi o lábio balançando a cabeça.
'Aqui tá bom.' Respirei fundo sentindo o seu perfume intoxicante e sorri.
Arthur passou o nariz calmamente por minha bochecha me fazendo rir baixinho.
'Seu nariz tá geladinho.' Falei fazendo cara de criança e ele sorriu.
'O seu também.' Ele passou o nariz no meu me fazendo sentir cócegas. Meu coração, como sempre, começou a bater descontroladamente e se a musica ainda não estivesse tocando alta, provavelmente nós dois conseguiríamos escutar.
Arthur encostou levemente seus lábios nos meus e eu pude sentir que eles também estavam gelados, mas ainda assim me causavam uma sensação boa. Eu ia aprofundar o beijo, mas antes que o fizesse Arthur se afastou um pouco me olhando nos olhos.
'Seu coração já começou a bater mais rápido?' Ele perguntou em duvida me fazendo ficar sem graça. Sorri fraco e balancei a cabeça confirmando. 'Ah, achei que fosse só o meu.' Ele falou num tom aliviado me fazendo rir.
Arthur voltou a encostar nossos lábios, mas dois segundos depois se afastou novamente.
'Você não consegue ouvir não, né? Se você conseguir eu vou ficar realmente constrangido.' Ele fez uma cara inocente e eu tive vontade de apertar suas bochechas, mas minhas mãos estavam confortáveis dentro do bolso de seu moletom.
'Não, eu não consigo, e agradeço a musica alta, ou você conseguiria ouvir o meu também.' Ele riu do meu comentário. 'Agora quer parar de interromper a droga do beijo?' Falei um pouco mais séria e nem tive tempo de pensar em mais nada já que no segundo seguinte ele pressionou seus lábios contra os meus e depois passou a língua por eles me fazendo sentir as ondas elétricas passarem por meu corpo como de costume.
Puxei o cós de sua calça para que ele se ajeitasse em cima de mim e ele finalmente largou seu peso fazendo com que sua mão que antes estava apoiada na cadeira fosse pra minha nuca, enquanto a outra envolvia minha cintura. Minha mão gelada entrou por baixo de seu moletom e ele contraiu o abdômen rapidamente soltando uma risada abafada logo depois.

Arthur pressionava seus lábios com força contra os meus e eu já sentia eles doerem um pouco, mas o calor provocado pelo beijo me fazia tão bem que eu parei de me importar um segundo depois de pensar naquilo.
Minhas mãos começaram a ficar inquietas, assim como as dele. Senti uma de suas mãos passar por dentro de minha blusa enquanto com a outra ele levantou um pouco minha perna se encaixando entre as minhas.
Puxei levemente seu cabelo nos afastando um pouco e desci minha boca até seu pescoço sentindo o cheiro de seu perfume penetrar em meu nariz ainda mais forte. Sua respiração descompassada batia em meu pescoço e ouvido enquanto sua mão passeava por minhas costas passando constantemente pelo fecho do sutiã deixando bem claro o que ele queria. Não que ele precisasse realmente fazer isso pra eu saber quais eram suas intenções, eu podia sentir sua excitação de uma forma bem mais clara.
Comecei a brincar com o elástico de sua boxer e o ouvi respirar fundo soltando um gemido baixo e erm... um pouco desesperado.
'Arthur, é melhor a gente parar por aqui...' Comecei a falar e ele me olhou indignado.
'Sem chance.' Ele ofegou e voltou a me beijar, me fazendo esquecer o resto da frase.
Arthur deslizou sua mão por minha cintura de uma forma provocativa e eu ofeguei em meio ao beijo. Odiava quando ele fazia as coisas apenas pra me provocar, já bastava que ele sabia exatamente o efeito que causava em mim. Se era pra provocar, então ele teria que arcar com as conseqüências.
Passei meus dedos pelo elástico de sua boxer pela parte de dentro e ele encolheu um pouco as pernas me fazendo sorrir. Era legal saber que eu também podia causar esse tipo de efeito nele, apesar de quê, no estado em que ele estava, qualquer mulher poderia fazer aquilo com ele.
'Porra, Lua... não provoca! Você já viu meu estado?' Ele falou pausadamente por causa de sua respiração rápida e descompassada e começou a beijar meu pescoço, eu apenas ri levemente.
'Você que começou.' Falei de uma forma inocente. 'Vai querer parar por aqui ou vai piorar sua situação?' Perguntei de uma forma engraçada e ele encostou a testa em meu ombro pegando fôlego.
'Acho que não têm como ficar pior...' Ele riu sarcástico.

Ouvimos uma gritaria dentro da casa e olhamos assustados pra porta da varanda de onde Pedro saiu e gritou algo como "parem de se pegar e venham aqui dentro!" ou qualquer coisa do tipo.
'Mais essa agora.' Arthur falou fazendo careta. Eu me mexi um pouco pra sair debaixo dele, mas ele me prendeu entre suas pernas. 'Sem chances de sair daqui agora, espera um pouco.' Ele pediu me fazendo rir.
'Você é pesado, Aguiar.' Sussurrei em seu ouvido e ele bufou.
'Não faz isso, droga.' Arthur falou um pouco irritado, mas sua voz estava fraca.
'Mas eu nem fiz nada.' O olhei um pouco assustada e ele sorriu de lado.
'No estado em que eu to agora qualquer movimento seu vai piorar a situação. Então, por favor, Lua, fica quieta.' Ele me olhou e eu concordei silenciosamente passando a mão em seus cabelos para arruma-los. 'Suas bochechas rosadas são engraçadas.' Ele comentou rindo e observando meu rosto.
'Não é só você que sofre as conseqüências, engraçadinho. A única diferença é que as suas são um pouco constrangedoras.' Dei língua e ele riu alto.
'Vocês vão entrar ou não? O Chay quer dar uma noticia e eu to curioso, porra!' Pedro novamente abriu a porta da varanda.
 'Espera, leke!' Arthur falou sério fazendo Pedro entrar em casa rindo.

Nos levantamos minutos depois, antes de entrar em casa ajeitei meu cabelo e minhas roupas e Arthur fez o mesmo.
'Finalmente, cara! Achei que estivessem fazendo outro filho!!' Micael falou fazendo todo mundo rir, inclusive Arthur.
'Micael!' Falei séria o olhando feio ele tapou a boca como se pedisse desculpa. diego estava em seu colo e sorriu pra mim quando fui me sentar ao lado dele com Arthur.
'Vai, fala logo, Chay!' Pedro jogou a almofada que estava em seu colo.
'Então, como vocês sabem, o James estava encarregado de entregar nossa demo lá na gravadora. Já tem um tempo que ele tá tentando fazer isso, mas ele acabou de me ligar... E ELE CONSEGUIU!' Ele gritou a ultima frase e os meninos gritaram também. 'Calma, tem mais.' Chay levantou a mão e sorriu. 'A gravadora quer que a gente vá até lá tocar ao vivo pra eles!' Depois dessa os meninos se jogaram em cima de Chay gritando descontroladamente.
'Cara, eu não acredito!' Micael gritou abraçado aos outros.
'Quando a gente vai?' Arthur perguntou olhando pra Chay.
'No começo do mês que vem!' Ele comemorou.
'Onde é a gravadora?' Eu perguntei achando que seria em Londres mesmo.
'Em Dublin.' Chay respondeu. 'E provavelmente vamos ficar umas duas semanas por lá.' Ele falou e eu abri a boca pensando em falar alguma coisa, mas não falei nada.
 'Cara, isso merece um brinde. Chay, pega a cerveja!!' Pedro gritou e Chay correu para pegar as latas de cerveja na cozinha.

'Você ficou quieta de repente.' Arthur comentou me abraçando pela cintura e me puxando pra perto dele, fazendo com que eu descansasse minha cabeça em seu ombro.
'Só to cansada.' Falei suspirando e fechando os olhos.
'Tem certeza?' Ele perguntou me olhando, eu encarei seus olhos por alguns segundos e depois fechei os meus sem responder nada. 'Se você não me disser eu vou ter que começar a adivinhar.' Ele falou num tom de reprovação e eu encolhi um pouco os ombros.
'Não é nada, besteira minha.' Falei baixo rezando pra ele mudar logo de assunto.
'Você não é muito boa com mentiras.' Ele comentou vagamente e eu novamente não respondi nada.
Observei Chay e Mel sentados perto da gente, abraçados e conversando baixinho. Ela ia com eles pra Dublin, ela não é uma droga de estagiária escrava que não pode se afastar durante duas semanas sem perder o emprego.
'Sabe... duas semanas passam rápido.' Arthur falou me apertando ainda mais em seu abraço e como num passe de mágica eu já me senti mais tranqüila.
'Acho que sim.' Falei brincando com o cordãozinho do seu moletom.
'Eu tenho certeza que sim.' Ele pegou em meu queixo levantando um pouco meu rosto e sorriu.
Fiquei encarando seus olhos por alguns instantes, quanto mais eu os olhava, mais eles me pareciam sinceros. Aproximei meu rosto do dele e encostei nossas testas fechando meus olhos e respirando fundo para conseguir guardar aquele perfume que por duas semanas iria estar ausente.
 Senti seus lábios encostarem levemente nos meus e levei minha mão até sua nuca o impedindo de se afastar. Era aquela a melhor sensação que eu podia ter, era a certeza de que ele estava ali comigo, de que eu teria sempre seus olhos pra me acalmarem, seu perfume pra me intoxicar e sua boca colada na minha fazendo com que meu coração batesse descontroladamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário