quarta-feira, 28 de março de 2012

Addicted - 35° Capitulo




Ouvi o barulho de algumas vozes baixas e logo depois uma porta batendo com cuidado. Meus olhos estavam pesados e eu não sabia se estava sonhando ou realmente estava ouvindo as coisas. Uma respiração pesada no quarto me puxou pra realidade e eu abri os olhos desnorteada.
No começo tudo que eu vi foi o teto branco, depois movi lentamente meus olhos, até enxergar uma figura olhando pra fora da janela.
'Arthur?' Eu mal pude escutar minha própria voz, mas de alguma forma ele ouviu já que se virou pra mim e sorriu.
'Ah, meu Deus! Finalmente, Lu!' Em menos de um segundo ele já estava do lado da cama segurando meu rosto com cuidado. 'Como você tá se sentindo? Tá doendo em algum lugar? Tem alguma coisa te incomodando?' Ele falou tudo de vez e quando eu abri a boca pra falar ele interrompeu. 'Não, espera! Não fala nada, é melhor chamar o médico.' Ele apertou algum botão que havia logo acima da cama e chamou a enfermeira.
'Arthur, eu to bem!' Falei rindo fraco.
'Sh... não fala nada!' Ele pediu me olhando e sorrindo. 'Você quase me matou de susto.' Ele sussurrou. Levei minha mão que não estava com soro até seu rosto e acariciei sua bochecha.
'Desculpe por isso.' Sorri e o puxei delicadamente encostando nossos lábios. 'E eu ainda quero saber como eu vim parar numa cama de hospital. Não lembro bem o que aconteceu.' Falei fazendo careta.
'Sem memória em casa já basta eu.' Ele riu e me deu um beijo na ponta do nariz, segundos antes da enfermeira entrar no quarto.
'Então, como está se sentindo?' Ela perguntou com um sorriso simpático. Olhei seu crachá que tinha o nome "Joanne" e sorri fraco.
'Hm... bem, exceto por uma coisa.' Levantei um pouco a minha mão que estava com soro. 'Isso dói.' Falei parecendo uma criança fazendo ela e Arthur rirem.
'Eu sei que é um pouco incomodo, querida. Mas é nescessário, em breve eu vou tirá-lo.' Ela anotou alguma coisa na prancheta e depois olhou novamente pra mim. 'Vou chamar o médico, tudo bem? Não faça nenhum esforço e evite ficar falando.' Ela deu um ultimo sorriso e saiu do quarto.
Olhei pra Arthur que me olhava com um sorriso bobo e fiquei o encarando. Ele pegou minha mão que doía e a colocou em cima da sua com cuidado, sentou numa cadeira que havia ao lado da cama e depois suspirou desviando novamente o olhar para mim.
'Você desmaiou depois que os assaltantes fugiram.' Ele falou sério e um flash veio em minha cabeça me fazendo lembrar do assalto. 'Parece que uma senhora que mora no prédio ao lado do beco ouviu vozes e ameaças, e chamou a policia.' Balancei a cabeça concordando e fechei os olhos.
'Quanto tempo eu fiquei desacordada?'
'Quase cinco horas.'
'Cadê o Diego?' Abri os olhos rapidamente.
 'Sh... calma! O Chay e a Mel foram lá em casa, tá tudo bem.' Ele falou tranquilamente. 'O Micael e a Soph saíram daqui um pouco antes de você abrir os olhos.' Imaginei que as vozes que ouvi antes da porta ser fechada eram provavelmente deles. 'Eu falei pra eles irem pra casa descansar. Eles vieram o mais rápido possível quando eu liguei pro Micael avisando.' Balancei a cabeça concordando e quando ia abrir a boca pra falar, ele interrompeu novamente. 'Não fala nada agora, Lu. Espera o médico chegar e depois a gente conversa, ok?' Ele sorriu e eu concordei fechando os olhos.

Depois que o medico chegou e me examinou, ficou claro que já estava tudo bem. Ele disse que o desmaio tinha sido provocado por causa do susto e da grande tensão provocada pelo assalto. Ele recomendou que eu dormisse mais um pouco que provavelmente quando eu acordasse só precisaria esperar um pouco e ir pra casa.
'Hora do remédio!' Joanne entrou no quarto com o mesmo sorriso simpático. Eu gemi baixinho fazendo bico.
'Lu, você precisa dormir um pouco, esquecer tudo que passou.' Arthur falou carinhosamente passando o polegar em minha bochecha. O celular dele tocou e ele olhou no visor. 'Minha mãe, vou lá fora atender.' Ele sorriu e saiu do quarto.
Fiquei em silêncio enquanto a enfermeira anotava algumas coisas e preparava o remédio.
'Você é uma garota de sorte.' Joanne falou tocando em meu pulso para ver o lugar certo para injetar o remédio. Arqueei a sobrancelha sem entender. 'Um cara como esse, não se encontra mais por aí.' Ela sorriu.
'Eu sei.' Suspirei. 'Eu tenho muita sorte de ter o Arthur.' Sorri fraco e ela injetou a agulha em minha pele.
'Eu quase tive que dar um calmante pra ele, sabe? Ele ficou inquieto o tempo todo, só se acalmou mais quando o casal de amigos chegou.' Ela riu. 'Ele parece amar muito você.' Joanne botou a prancheta embaixo do braço.
'E eu sou completamente apaixonada por ele.' Sorri sincera e ela fez uma cara apaixonada. Eu ri baixinho enquanto ela saía do quarto. Fiquei encarando o teto esperando o remédio começar a fazer efeito. Arthur entrou na sala e eu o olhei.
'Minha mãe queria saber se você já tinha acordado e se tava tudo bem.' Ela explicou e eu sorri já sentindo meus olhos pesados.
'Arthur.' O chamei tão baixo que quase não escutei minha própria voz. Ele se aproximou da cama e pegou minha mão. 'Brigada.' Sorri o máximo que pude, mas acredito que não tenha sido muito já que parecia que o remédio estava fazendo efeito em todo meu corpo.
'Eu não tava mentindo quando disse que estaria aqui quando você precisasse.' Ele sussurrou com o rosto próximo ao meu.
Meus olhos ainda estavam um pouco abertos e eu vi um sorriso em seus lábios. Ele passou o nariz no meu como num beijo de esquimó e depois encostou nossas bocas carinhosamente. A ultima coisa que senti foi ele morder de leve meu lábio inferior e depois se afastar.


'Será que ela vai acordar por agora?' A voz de Sophia chegou até meus ouvidos.
'Soph, calma. Ela tomou remédio, precisa descansar!' Micael a tranqüilizou.
'Ah, eu preciso falar com ela pra ter certeza de que tá tudo bem!' Senti alguém tocar minha testa e abri os olhos lentamente. 'AMIGA!' Soph berrou e me abraçou.
'Sophia, calma, assim você vai sufocar a Lu!' Micael falou rindo e puxando os braços de Soph pra longe de mim.
'Brigado, Micael!' Ri baixo.
'Amiga, como você tá?' Soph perguntou agora mais controlada.
'Eu to bem, Soph. Fica tranqüila!' Falei sorrindo tentando a acalmar. 'Só to um pouco mole por causa do remédio.' Falei com a voz arrastada.
'Eu já falei com o médico.' Arthur falou sentado no sofá e eu o olhei. 'Ele disse que quando você acordasse, ele vinha aqui ver como você estava, e depois a gente pode ir pra casa. Quer que eu chame logo ele?' Ele perguntou se levantando.
'Quero! Tenho que ir pra casa ver meu filho!' Fiz bico e eles riram.
 'O Chay e a Mel ligaram a pouco tempo falando que o Diego tinha acordado.' Micael comentou. 'Eles iam trazer ele aqui, mas você já vai ter alta.' Ele deu de ombros.
Ficamos conversando alguns minutos e depois o mesmo médico que tinha ido no quarto mais cedo apareceu.
'Muito bem, acho que você já está quase pronta pra ir pra casa.' Ele sorriu simpático.
'Quase?' Gemi.
'Quase, quase!' Ele concordou. 'Só preciso que você fique mais um tempo aqui deitada, coma alguma coisa e espere o efeito do remédio passar completamente. Em pouco tempo você estará livre de mim.' Ele falou rindo e eu concordei.

Depois de comer e esperar durante uma hora para que o efeito do remédio sumisse completamente eu recebi alta.
O médico recomendou que eu evitasse esforço e Arthur concordou dizendo que ele não ia deixar que eu fizesse nada perigoso. Rolei os olhos quando ele disse isso, imaginando que iriam ficar me tratando como se eu fosse super frágil e tivesse acabado de sobreviver a algum acidente grave.

'Arthur, eu consigo andar, ok?' Bufei quando Arthur abriu a porta do carro pra mim e me pegou pelo braço. Ele não respondeu nada, mas continuou me segurando enquanto caminhávamos até o elevador. Quando chegamos no hall encontramos Micael e Soph, que saíram ao mesmo tempo que a gente do hospital.
'Alguém avisa pro Aguiar que eu estou bem e posso me locomover sozinha?' Falei entre os dentes fazendo os três rirem, dessa vez até Arthur abriu um sorriso discreto.
 'Desiste, Lu. Você vai ficar sendo a bonequinha dele durante algum tempo.' Micael brincou e eu fiz careta. Arthur seu um soquinho no braço dele soltando um "cara" baixo e me fazendo rir.
'Mããee!' Ouvi a voz de Diego assim que Arthur girou a chave da porta. Quando entrei em casa senti ele apertar minha pernas com força.
 'Ei, meu amor!' O carreguei lhe abraçando forte. 'Se comportou direitinho?' Perguntei sorrindo pra Mel e Chay em agradecimento. Diego concordou balançando a cabeça e me deu um beijo na bochecha.
'Brigada por ficarem aqui com ele!' Sentei no sofá com Diego em meu colo.
 'Sem problemas, Lu. Só foi meio difícil fazer ele dormir! Como você tá?' Mel sorriu.
'Tudo bem, foi só um susto mesmo.' A tranqüilizei e ela balançou a cabeça concordando.
 'Mãe, vamos brincar!' Diego apontou os brinquedos espalhados no chão da sala. Sentei no chão com as costas apoiadas no sofá enquanto Diego brincava com Micael e Sophia que também estavam sentados no chão. A televisão estava ligada em algum canal de música que Chay e Mel assistiam abraçados no sofá.
 'cara, alguém tem noticias do Pedro?' Arthur sentou no chão ao meu lado. 'Ele apareceu lá no hospital de madrugada, mas depois eu não tive mais notícias.' Ele deu de ombros.
'Ele me ligou hoje de manhã dizendo que estava na casa da mãe. Deve tá por lá ainda.' Chay também deu de ombros.
'Eu to com fome.' Reclamei passando a mão na barriga.
'Você comeu antes de sair do hospital.' Arthur me olhou sorrindo debochado e eu dei língua.
'Comida de hospital não conta.' Fiz careta.
 'Nhé nhé nhé.' Ele falou brincando e eu mordi seu ombro. 'Canibal! O que você quer? Pizza?' Ele me abraçou de lado e eu concordei sorrindo. 'Chay, joga o telefone, cara!' Ele apontou para o aparelho que estava perto de Chay.
'Quem mais quer pizza?' Perguntei vendo cinco mãos serem levantadas, até o Diego! 'Ok, pizza pra todo mundo!' Ri.

 'cara, já tá tarde!' Chay comentou observando pela janela.
Estávamos todos na sala assistindo um episódio qualquer de Gilmore Girls que passava. As caixas de pizza já tinham sido recolhidas e jogadas no lixo por Arthur, depois que eu fiz uma chantagem emocional falando que eu mesma faria aquilo e que a culpa seria dele se eu passasse mal e voltasse para o hospital.
'É melhor a gente ir.' Micael falou também observando o sol começar a sumir.
 Fiquei sentada no sofá observando os dois casais se levantarem. Mel e Chay me deram beijnhos me desejando melhoras e eu sorri agradecida.
'Me liga amanhã, mon cher!' Soph me deu um beijo na bochecha e depois Micael me deu um na testa.
'Se cuida.' Ele sorriu e eu dei língua. Arthur se despediu deles na porta e eu deitei no sofá observando o teto enquanto Diego fazia rabiscos em algumas folhas de papel.
Ouvi a porta fechar e segundos depois Arthur caiu no sofá por cima de mim se apoiando nos braços para não deixar o peso dele fazer força em mim.
'Arthur, nosso filho está bem ali.' Falei rindo quando ele começou a distribuir beijinhos em meu pescoço.
'Eu sei!' Ele me olhou sorrindo sapeca e fazendo uma cara idêntica ao do Diego quando apronta alguma coisa.
'Preciso dar banho nele, mas to com preguiça.' Falei me virando um pouco para que Arthur deitasse do meu lado.
'Preguiçosa!' Ele falou me abraçando pela cintura e fazendo com que sua respiração batesse em meu pescoço. Ele soprou em minha nuca e eu encolhi os ombros sentindo cócegas. 'Seu pescoço é seu ponto fraco.' Ele falou rindo.
'Ah, que ótimo! Você descobriu de novo.' Falei fingindo estar decepcionada. 'Você sabia disso antes do acidente, foi insuportável quando você descobriu.' Falei rindo e lembrando do dia em que ele descobriu que minha fraqueza está no pescoço. Qualquer coisa que ele queria ele acabava apelando por beijinhos em meu pescoço e coisas desse tipo só para que eu cedesse.
'Hm... bom saber.' Ele falou e ficou soprando de leve minha nuca me fazendo fechar os olhos e sorrir.

Quando abri os olhos novamente vi que Diego continuava brincando no chão da sala. Olhei para a janela e vi que eu sol já tinha desaparecido completamente. Me virei ficando de frente pra Arthur e vi que ele encarava o teto da sala.
'Eu dormi?' Perguntei e ele me olhou sorrindo.
'Por pouco tempo. Meia hora mais ou menos.' Ele beijou minha testa e descansou a mão em minha cintura.
'Preciso dar banho no Diego.' Falei sem me mexer e Arthur riu baixo. 'Me ajuda?' O olhei fazendo bico e ele fez uma pequena careta engraçada.
'Só porque você é linda!' Ele sorriu fofo me fazendo, como sempre, ficar sem graça. 'Você nunca vai deixar de ficar sem graça quando eu digo que você é linda, né?' Ele me olhou e eu dei língua.
'Não!' Ele me deu um selinho.
'Otimo, você fica mais linda ainda quando tá sem graça!' Outro selinho.
'Bobão!' Outro selinho. 'Temos que dar...' Outro selinho. 'Banho no Diego.' Outro selinho. 'Páára!' Falei rindo e mordi sua bochecha.
'Outch!' Ele fez careta e eu ri.
'Vamos!' Dei outro selinho nele e me levantei o puxando junto. 'Meu amor, vamos tomar banho?' Me agachei ao lado de Diego que fez bico. 'Você volta pra brincar depois!' Sorri e ele concordou.
'Deixa que eu dou banho, separa uma roupa pra ele.' Arthur falou o pegando do meu colo e entrando no banheiro.
Fui até o armário de Diego e escolhi uma roupa. Sentei na cama e fiquei observando os brinquedos enquanto ouvia Arthur conversando baixinho com Diego o fazendo rir.

'Pronto!' Arthur apareceu no quarto segurando Diego enrolado numa toalha.
'To com frio!' Diego falou se encolhendo.
'Vem aqui pra mamãe te vestir, meu príncipe!' O coloquei de pé na cama e o vesti com uma roupinha de frio. 'Pronto! Arthur, pega a escova pra eu pentear o cabelo dele.' Pedi passando a mão pelo cabelo de Diego.
Em menos de cinco minutos já tínhamos voltado pra sala.
'Acho que vou tomar banho agora.' Falei me espreguiçando vendo Arthur sentar no sofá com Diego. 'To com preguiça' Sentei encolhendo os ombros.
'Vai tomar banho, porquinha!' Arthur jogou uma almofada em mim.
'Ai, seu lesado. Você também tá aí todo porco!' Dei língua.
'Por causa de você, mal agradecida!' Ele fez uma cara ofendida me fazendo rir.
'Nhonhonho!' Fiz manha e fui sentar no colo dele. 'Me leva até o banheiro?' Fiz bico e ele me olhou.
'Tá brincando, né?' Ele perguntou com a sobrancelha arqueada.
'Arthur, por favor!' Pedi manhosa. 'Por favor, por favor, por favor!' O abracei pelo pescoço dando beijinhos em sua bochecha. 'Eu sou uma pobre enferma, você tem que cuidar de mim.' Me encolhi e encostei a cabeça em seu ombro.
'E o que eu ganho em troca?' Ele me olhou sorrindo malicioso.
'Minha gratidão!' Dei de ombros.
'Só isso?' Ele perguntou fingindo que ia me deixar cair no chão e eu me agarrei mais em seu pescoço rindo.
'Como assim  isso? Minha gratidão é uma coisa valiosa, Aguiar!' Fiz uma cara afetada e ele riu.
'Não pra mim!' Ele riu e me ajeitou em seu colo se levantando. 'Você me dá tanto trabalho, Lua!' Arthur fez uma cara sofredora me fazendo rir.
'Eu valho a pena, não valho?' Ele sorriu. 'Eu sei que sim!' Dei língua o fazendo rir.

'Pronto, madame!' Ele me jogou na cama caindo por cima de mim.
'Arthur, você sabe que eu tomo banho no banheiro e não na cama, né?' Perguntei sorrindo e ele concordou.
'Você tá com pressa?' Ele perguntou beijando lentamente meu pescoço e eu respirei fundo.
'Hm... talvez.' Falei pensativa ele riu baixo.
'Acho que o banho pode esperar!' Ele falou em meu ouvido e depois deu uma mordidinha de leve. Meu coração já batia tão rápido que eu praticamente não o sentia mais, minha respiração estava pesada e eu já tinha parado de raciocinar direito.
Arthur se ajeitou em cima de mim e abriu um pouco as pernas fazendo com que as minhas ficassem no meio das suas. Ele continuou beijando meu pescoço lentamente, meus dedos estavam entrelaçados em seu cabelo o segurando com força. Era a primeira vez que fazíamos algo mais intimo, desde a fatídica noite em que ele chegara bêbado em casa. Os lábios dele subiram pelo meu pescoço alcançando minha bochecha até chegarem em minha boca. Soltei um gemido baixo quando senti a língua dele encostar na minha, segurei forte em sua camisa puxando ele mais pra cima de mim, o que era, bem... impossível.
Sua mão desceu lentamente até a barra da minha blusa e com cuidado ele a levantou um pouco encostando sua mão quente em minha barriga. Ele mordeu meu lábio me fazendo ofegar um pouco e sorriu voltando a me beijar. Sua outra mão procurou pela minha que estava firmemente segurando em sua camisa e ele a soltou e levou até seu peito, no começo não entendi, até ele diminuir a intensidade do beijo e eu consegui sentir o coração dele acelerado.
'Não é só o seu que fica assim.' Ele sussurrou afastando nossas bocas alguns centímetros e me olhando nos olhos. Sorri fraco tocando o rosto dele e não falei nada, deixei que o silêncio falasse por mim enquanto sentia nossos corações se acalmarem aos poucos.
Arthur começou a beijar delicadamente cada pedacinho do meu rosto, minha bochecha, meu olho, minha testa, meu nariz, meu queixo até chegar em minha boca. Ele me beijou calmamente dessa vez, sem abrir a boca, mas constantemente passando a língua por meus lábios.

'Paaaai!' A voz de Diego veio da sala e ele riu ainda contra meus lábios.
'Às vezes um filho pode ser tão broxante.' Ele me olhou e eu ri alto.
'Arthur!' Dei um tapinha em seu braço. 'Vai logo lá ficar com ele enquanto eu tomo banho.' O empurrei levemente e ele tirou um pouco o peso de cima de mim.
'Não demora?' Ele pediu fazendo bico.
'Só o tempo suficiente pra meu coração voltar ao normal, às vezes eu tenho pena dele.' Fiz uma careta e ele riu. 'Vai logo!' Lhe dei um selinho e ele se levantou e foi correndo até a sala.


'Ele dormiu?' Arthur perguntou guardando o livro na estante e eu confirmei observando Diego respirar tranquilamente. Puxei o cobertor mais para cima e beijei sua cabeça me levantando.
'Ai, que frio!' Falei passando a mão por meus braços e Arthur me abraçou por atrás.
'Hora da enferma ir pra cama!' Ele me guiou pra fora do quarto e eu ri.
'Fica aqui comigo?' Pedi quando entramos no quarto.
'E você achou que ia ficar aqui sozinha? Você ainda é minha bonequinha.' Ele sorriu convencido e eu dei língua.
Deitei na cama e puxei o cobertor grosso pra cima do meu corpo, minhas mãos estavam geladas de tanto frio que eu estava sentindo. Arthur deitou do meu lado a também entrou embaixo do cobertor, apesar de aparentemente não estar sentindo frio.
'Você nunca sente frio?' Perguntei enquanto ele me abraçava. 'Você tá tão quentinho!' Falei me aconchegando o mais perto dele possível.
Eu estava com uma calça e um casaco de moletom e ainda assim estava com frio. Arthur usava apenas uma boxer uma camisa branca fina, mas ainda assim parecia completamente alheio ao frio.
'Você tá tão gelada que tá me dando até frio também!' Arthur falou rindo tirando o cabelo do meu rosto. 'Vai dormir?' Ele perguntou beijando meu rosto.
'Se você deixar.' Brinquei ele me olhou com a sobrancelha arqueada. 'Tô brincaaando!' Apertei suas bochechas rindo. 'Só não sai de perto de mim, senão eu congelo.' O abracei me virando um pouco e ficando de frente pra ele.
'Eu não vou.' Ele sorriu e beijou levemente minha boca. Arthur passou um braço pela minha cintura me fazendo ficar ainda mais colada à ele e eu fechei meus olhos sentindo meu corpo esquentar mais.
A boca dele passou carinhosamente por meu pescoço e eu suspirei sentindo os cabelos da nuca arrepiarem, ele também deve ter percebido já que soltou um risinho baixo e começou a beijar meu pescoço da mesma forma que tinha feito da ultima vez. Passei minha mão por baixo da blusa dele sentindo-o contrair o abdômen. Arthur se deitou por cima de mim e eu o puxei levemente pelo cabelo para que nossos lábios se encontrassem. Eu já não sabia se o coração que batia com tanta força era o meu ou o dele, às vezes eu tinha a impressão de que eles paravam de bater, ou então estavam tão acelerados que eu simplesmente parava de senti-los.
A mão de Arthur entrou por baixo do meu moletom e eu senti minha pele esquentar e arrepiar em cada lugar que ele tocava, minhas unhas estavam encravadas em sua cintura com força e eu sabia que o estava machucando, mas ele parecia menos preocupado com isso do que eu.

A temperatura do meu corpo já estava praticamente igual à de Arthur, qualquer vestígio do frio que eu sentia já tinha ido embora, em grande parte devido à mão de Arthur que não se decidia entre acariciar minhas costas ou minha barriga.
Ele finalmente desceu os beijos pra meu pescoço me deixando respirar direito, nós dois estávamos ofegantes e eu não conseguia evitar soltar um gemido baixo enquanto ele deixava marcas em meu pescoço. Fechei meus olhos e mordi meu lábio inferior pensando onde aquilo ia dar e principalmente, se eu queria que aquilo acontecesse, se eu estava realmente preparada pra esquecer o que Arthur havia feito.
'Arthur.' Falei espalmando minhas duas mãos em seu peito.
'Nop!' Ele sussurrou distribuindo beijos em minha bochecha. 'Eu não vou fazer nada.' Eu sorri. 'Não enquanto você não me autorizar.' Ele me olhou.
'Eu só ia falar que to com calor.' Fiz uma cara inocente e ele riu rolando pro meu lado.
'Tira esse casaco.' Ele pegou no moletom que eu vestia. 'Isso faz muito calor.' Ele fez careta. Tirei o casaco e o joguei do lado da cama. Voltei pra perto de Arthur o abracei pela cintura encostando minha cabeça em seu ombro.
'Agora você me deixar dormir?' Brinquei e ele me olhou.
'Só se você quiser!' Ele sorriu de lado.
'Então eu quero!' Sorri e lhe dei um selinho. Ele me abraçou mais forte e ficou acariciando meu cabelo.

Pareceu uma eternidade até que eu conseguisse dormir e quando finalmente consegui, sonhei com os assaltantes e acordei me mexendo e resmungando baixo. Tudo deve ter acontecido em poucos minutos já que Arthur ainda parecia estar acordado e me abraçou mais forte.
Tentei dormir de novo, mas a imagem clara dos assaltantes que eu tinha em minha mente, me deixava aterrorizada. Me mexi novamente sem jeito imaginando se Arthur não ia reclamar, mas ele ainda parecia acordado e sempre fazia com que o corpo dele ainda ficasse colado no meu depois que eu me mexia.
'Lu, não vai acontecer nada, eu to aqui. Dorme tranqüila.' Ele pediu baixinho e eu apenas resmunguei já um pouco tomada pelo sono. Arthur começou a sussurrar alguma coisa e quando eu consegui entender percebi que era a introdução de alguma musica.

"I swear that I can go on forever again
( Eu juro que eu posso continuar para sempre, de novo )
Please let me know that my one bad day will end
( Por favor me diga que esse dia ruim irá terminar )"


Senti Arthur passar a mão por meu rosto tirando as mechas de cabelo que caiam sobre meu olho e beijar minha testa carinhosamente. Me aconcheguei mais em seu peito e ele passou um braço por detrás da minha cabeça me abraçando com mais força.

"I will go down as your lover, your friend
( Eu serei até o fim seu amor, seu amigo )
Give me your lips and with one kiss we begin
( Dê-me seus lábios e com um beijo, nós começaremos )

Are you afraid of being alone?
( Você está com medo de ficar sozinha? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )
Are you afraid of leaving tonight?
( Você está com medo de ir embora essa noite? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )" 


"I'll leave my room open till sunrise for you
( Eu deixarei meu quarto aberto até o sol nascer, para você )
I'll keep my eyes patiently focused on you
( Eu manterei meus olhos pacientemente focados em você )
Where are you now? I can hear footsteps, I'm dreaming
( Onde está você agora? Eu posso ouvir seus passos, Eu estou sonhando )
And if you will, keep me from waking to believe this
( E se você for, me impeça de acordar pra continuar acreditando nisso )

Are you afraid of being alone?
( Você está com medo de ficar sozinha? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )
Are you afraid of leaving tonight?
( Você está com medo de ir embora essa noite? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )"

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